OMS Cabo Verde disponibiliza assistência técnica para formação em Gestão de doentes críticos com COVID-19
12 agosto 2020
Técnicos do Hospital Regional Santa Rita Vieira recebem capacitação teórica e prática na gestão de doentes críticos com COVID-19
Durante os dias 21 e 22 de Julho a Consultora Internacional da OMS, Inês Barros, médica especialista em Cuidados Intensivos, deslocou-se ao Hospital Regional de Santiago Norte, Hospital Santa Rita Vieira para uma missão de assistência técnica. A missão teve como principal objetivo, reforçar as capacidades técnicas dos profissionais daquela estrutura sanitária, visando uma melhor abordagem dos doentes críticos com COVID-19Ç perante a visita discutiu-se também o circuito desses doentes no referido hospital incluindo no Banco de Urgência.
Nos dois dias da formação participaram cerca de 15 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, que integram a equipa de gestão de casos de COVID-19 no referido hospital.
Janaína Vicente, Médica Clínico-Geral e Responsável pela Enfermaria/Isolamento dos doentes com COVID-19, salienta que:
‘’Para a nossa Região Sanitária Santiago Norte, em que este Hospital Regional Santa Rita Vieira é a estrutura de saúde para a transferência dos casos mais complexos, foi de suma importância que uma profissional com larga experiência na área de Cuidados Intensivos, aliada à disponibilidade na colaboração e alegria em partilhar conhecimentos, viesse conhecer a nossa realidade e se inteirar da nossa dinâmica laboral e com isso, oferecer recursos para melhorarmos o cuidado dos doentes graves e críticos em todas as suas vertentes’’.
A formação na abordagem dos doentes críticos, incluindo a ventilação mecânica, feita de forma clara, sucinta, objetiva, e sempre regada de entusiasmo, trouxe muitos elementos importantes, linhas orientadoras e documentos para impulsionar um estudo continuado, e uma abordagem cada vez mais próxima às necessidades desses mesmos doentes. Vejo como ponto motivador, desafiante e com necessidade de colaboração externa, a adequação da nossa realidade, entenda-se com melhorias necessárias e urgentes, para termos aquilo que podemos chamar de base, seja de recursos humanos capacitados, materiais necessários e espaços apropriados, para o melhor cuidado daquele que é o motivo das nossas ações e, neste contexto especial, dos doentes críticos com COVID19’’.
Para a formadora, “os profissionais demonstraram-se eu diria melhor «comprometidos em assegurar adequadamente seu papel na resposta a pandemia», e que estão preocupados por ter de dar assistência a eventuais doentes críticos, sem os conhecimentos e a prática que consideram necessários. Esta é a atitude correta, reveladora de sentido de responsabilidade e de ética. Mas, sobretudo revelaram uma grande motivação e abertura para a aprendizagem, para adquirir as ferramentas necessárias para evoluir e para tratar melhor os seus doentes.’Foi muito gratificante sentir o interesse, o empenho e a motivação, quer de médicos quer de enfermeiros, durante as ações de formação que ali se realizaram. Mais do que a tecnologia, a atitude dos profissionais de querer saber, a abertura para evoluir para melhor ajudar, são a garantia do sucesso.’’
Flávia Semedo, ponto focal para as emergências no escritório da OMS que acompanhou a missão, destacou que é fundamental a capacitação dos recursos humanos sobre as principais síndromes clínicos que caracterizam a COVID-19 de acordo com as definições da OMS, a monitorização clínica e o reconhecimento precoce dos sinais de gravidade, permitindo assim uma abordagem célere e adequada desses pacientes.