Apesar do impacto negativo de COVID-19 sobre o seu rendimento familiar, Maria Celina Gomes, tem motivos para suspirar de alívio
Maria Celina, 42 anos, dois filhos, mãe solteira e chefe de família alegra-se por ter agora água de qualidade.
Maria acostumou-se desde muito nova a percorrer grandes distâncias com garrafões na cabeça à procura de água, sendo a distância mais próxima de 3,5 km.
Apesar de ser obrigada a andar muito até encontrar água potável, na maioria das vezes a que conseguia não era própria para o consumo.
“A água que encontrava era muitas vezes suja. Tinha lama e poeira. Por isso deixava a poeira assentar e retirava a parte mais limpa para o consumo”.
Uma situação que trouxe consequências para a saúde desta mulher e dos seus filhos.
Durante o confinamento a situação de Maria agravou-se ainda, mais uma vez que, para além, do desgaste físico, a procura da água também tornou-se pouco segura devido a exposição constante ao risco de contágio por causa de aglomeração de pessoas. Mas as consequências não pararam só por aí. No seu dia-a-dia viu reduzir a sua receita familiar, pois Maria Gomes deixou o trabalho de venda ambulante, com a qual garantia o sustento da família para se proteger em casa e em família. Mas a partir de agora, esta mulher do campo, verá parte da sua situação melhorar, graças à intervenção do projecto de Resposta Rápida ao COVID 19. Pelo menos agora, Maria Gomes tem garantida água de qualidade que lhe chega a casa, ainda que a COVID-19 tenha tido um impacto nos seus rendimentos. Com as acções em curso, já não se vê obrigada a expor-se à doença à procura de água, ficando em casa, tendo mais tempo para se dedicar à família e com qualidade de vida assegurada, com agua potável de qualidade, diminuindo assim os riscos de contrair outras doenças derivadas de águas impróprias para consumo como ela própria se referiu.
Assim como Maria, António viveu dias difíceis com as obras paradas, em que teve que recorrer aos poucos recursos que tinha para assegurar a subsistência da sua família.
A perda de rendimentos foi igualmente um problema para António Tavares, de 36 anos, sendo ele a única fonte de rendimento numa família de 4 pessoas. Atualmente, António também vive um momento de alívio financeiro, pois trabalha nas obras do projecto de ligação de água domiciliária nas zonas baixa do Município de São Salvador do Mundo.
“Este trabalho é muito importante para mim. Já estava há muito tempo parado, sem trabalho nem rendimento. Agradeço por finalmente ter um trabalho que vai me ajudar a garantir um sustento a minha família”.
Com este trabalho António ganhará 12 mil escudos por mês, um valor que em tempos de incerteza será de uma grande ajuda. Graças a estas obras de ligação de água domiciliar para as localidades de Mato Limão, Degredo e Jalalo Ramos a qualidade de vida de Celina e António vão melhorar consideravelmente. António ganhou um emprego que vai ajudá-lo no sustento da família. Celina vai ganhar qualidade de vida, saúde e poderá dedicar mais tempo a venda ambulante, uma vez que não terá que desperdiçar horas à procura de água.
“A água é vida. Sem ela não temos nada!”
Com esta intervenção António, Maria e outras 190 famílias, sendo 41% chefiada por mulheres, vão ser contempladas com acesso mais seguro, rápido e cómodo à água potável. O projeto garante ainda a criação de 40 postos de trabalho.
A ligação domiciliar de água à rede pública de abastecimento é uma ação financiada no âmbito do Projeto de Resposta Rápida ao COVID 19 – Componente Municipal que tem como objetivo ajudar os municípios a responder de forma rápida às necessidades das populações mais vulneráveis que tem sofrido, principalmente, com a falta de rendimentos.
O Projeto de Resposta Rápida ao COVID 19 é financiado pelos fundos regulares do PNUD num montante de 789.060 mil dólares, dos quais 200.000 serão para apoiar os municípios a responder, de forma rápida, às necessidades das populações mais vulneráveis que têm sofrido, principalmente, com a perda de rendimentos.