A embaixadora que quer ser uma voz contra a violência contra crianças
16 junho 2022
Pelo fim da violência contra as crianças
Tem 14 anos, é estudante do 8º ano de escolaridade, atriz de teatro e cantora, para além de executar outras funções que, porém, não a impedem de ser uma boa aluna.
O seu carisma e extroversão fizeram com que fosse escolhida pela associação ACRIDES para ser a embaixadora da criança em Cabo Verde. Aceitou o desafio e como causa principal escolhe a prevenção e o combate ao abuso e violação sexual de menores.
Tinha cinco anos quando pisou os palcos pela primeira vez e para cantar, coisa que gosta imenso de fazer. Como incentivadora, teve, desde sempre, a mãe que, segundo Daniela, sempre a estimulou a seguir os seus sonhos, a não desistir jamais perante dificuldades e, acima de tudo, a não ligar para que os outros diziam de negativo.
Alias, a mãe é a sua fonte de inspiração e a razão pela qual hoje, ela foi escolhida para ser a embaixadora da criança em Cabo Verde.
“Desde muito pequena vejo e acompanho o trabalho que a minha mãe faz e sempre quis fazer a mesma coisa: ajudar pessoas”, diz a menina que já sabe o que quer ser quando for adulta: médica pediatra ou fisioterapeuta.
A indicação e nomeação para embaixadora da criança veio após ter protagonizado uma produção audiovisual sobre a prevenção ao abuso sexual e violação dos direitos da criança, no âmbito do trabalho da Rede Nacional de Protecção à Criança contra o Abuso e a Exploração Sexual. Sobre a sua função, a adolescente diz que quer contribuir para melhorar a situação das crianças em Cabo Verde.Por ora, já tem uma causa que quer abraçar.
“Preocupa-me imenso a violência e o abuso sexual contra crianças. Perturba-me e choca-me muito e quero que acabe, pois, isso deixa traumas na vida de uma criança. Existe uma lei, mas parece-me que muitas pessoas não a levam à sério. Também defendo que quem abusa de uma criança deve ser penalizada enquanto ela for menor. Essa é uma causa a qual pretendo dar a minha voz.”
Para Daniela, a prevenção ao abuso e violação sexual passa também pelas crianças estarem informadas, dai que advoga um diálogo constante a aberto entre pais e filhos.
DIÁLOGO ENTRE PAIS E FILHOS
“Os pais devem conversar com os filhos. A minha mãe sempre conversou comigo, alertando-me sobre os perigos que uma criança pode enfrentar, para que eu ficasse atenta. Sempre que acontece algo que não esteja bem, eu conto-lhe. Gostaria que todos os pais fizessem a mesma cosia com seus filhos. Eu peço sempre as minhas colegas que falem com os pais, mas vejo que elas sentem medo. As mães não deveriam ser assim, mas sim abertas com seus filhos e conversarem ao invés de ralharem.”
Outra coisa que preocupa a jovem embaixadora é a carência afetiva e emocional dos adolescentes. “Há muita falta de atenção dos pais”. Daniela nota isso nos colegas que, segundo ela, fazem certas coisas e têm determinados “somente para chamar a atenção”.
Sobre os jovens adolescentes e as redes sociais, Daniela acredita que estas podem ser usadas de forma útil
“Eu costumo aproveitar as minhas conversas nas redes para dar conselhos aos colegas e amigos. Sou muito conselheira. Mas há desvantagens e perigos. Devemos é ter atenção com as pessoas mal intencionadas que assediam crianças e adolescentes e mandam conteúdos inapropriados. Quando isso acontece, devem informar os pais.”
Enquanto embaixadora da criança, Daniela deixa uma mensagem aos adultos: “as crianças são o futuro e o sorriso do mundo. Elas são como borboletas. Algumas voam rápido, algumas voam pausadamente, mas todas voam do seu melhor jeito. Cada uma é especial do jeito que é. Então, eu quero muito que deixem as crianças serem crianças.”
Para as outras crianças, a embaixadora pede que tenham confiança e sigam os seus sonhos.