Vencer os estereótipos de género, realizar o direito à igualdade!
03 agosto 2021
A igualdade de género é um direito humano e uma pré-condição para o desenvolvimento e a redução da pobreza.
Maria Domingas Gonçalves, de 27 anos e Helder Moreira, de 28, estudantes da Universidade de Cabo Verde, têm agora absoluta certeza disso. E não mais voltarão a olhar as questões de género como viam antes. Participantes do seminário sobre Género: conceitos e questões, acreditam que a desconstrução de estereótipos de género só será possível através da mudança de comportamento por parte dos jovens. Ambos assumem o compromisso de pôr em prática os conhecimentos adquiridos e motivar outros jovens a adotarem boas práticas tudo em prol da igualdade e equidade de género
Maria, que é estudante do último ano do curso de Língua Portuguesa e Estudos Cabo-verdianos diz-se completamente mudada após a formação. Confessa ter, a início, estranhado os conteúdos transmitidos, mas que depois foi se apercebendo da relevância da formação, não apenas para o seu dia a dia, mas também para a sua futura vida profissional enquanto professora.
"Pude ver o quão importante é ter uma educação voltada para a igualdade de género, o que envolve o respeito pelas diferenças. Alguns comportamentos que antes considerava normal, hoje vejo de forma diferente. Antes usava frases como “homem e mulher não podem ser amigos”, “os rapazes devem brincar com carros e as raparigas com bonecas”, ou “os afazeres domésticos são para as mulheres.” Agora, já não as usarei pois vi que põem em causa a igualdade de género. Uma frase que levarei sempre comigo é que todos somos iguais e diferentes e que devemos prezar pelo respeito mútuo”
Por sua vez, para Hélder, a formação foi uma oportunidade para aprofundar as questões de violência presentes, muitas vezes, de forma impercetível, na atitude e prática de muitas pessoas, como é o caso da denominada micro violência.
“Aprendi que as micro violências estão sempre presentes, de uma forma silenciosa. Aponto como exemplos dizer que uma mulher não pode estar num ambiente laboral ou que as mulheres devem ganhar menos que os homens. Eu próprio tinha algumas práticas consideradas micro violências que eu não sabia, como por exemplo, dizer que as mulheres levam mais jeito para os trabalhos domésticos que os homens”.
Para Helder os jovens são os motores da mudança e promotores da igualdade de género. Ele próprio sente que tem responsabilidades acrescidas nessa matéria e por isso, doravante, vai pôr em prática os conhecimentos obtido na formação para motivar outros para que se libertem dos preconceitos de género, mas igualmente para outras questões ligadas à orientação sexual, estilo e modo de viver de cada individuo.
Porque almeja viver numa sociedade livre de preconceitos, e onde o respeito é a base de tudo, Maria vai ajudar as pessoas a desconstruírem ideias preconceituosas, a começar com os mais pequenos, seus familiares, vizinhos e conhecidos.
O Seminário em “Género: Conceitos e Questões” foi promovido pelo Centro de Investigação e Formação em Género e Família da Universidade de Cabo Verde (CIGEF/Uni-CV), destinado à estudantes do Polo III da Uni-CV em Santa Catarina, com o apoio do UNFPA, e a parceria do Projeto CIMPI - Redes de Cooperação Interuniversitária Canárias-África