Ensinar a igualdade, a resiliência e a aceitação através de histórias
13 julho 2021
Como as histórias estão a auxiliar professores para uma aprendizagem de melhor qualidade.
Salvador Ortet e Isabel Fonseca têm uma certeza: os dois professores vão passar a ensinar conteúdos relacionados com os valores de identidade, respeito pelas diferenças, igualdade de género, auto estima, resiliência, coragem, bem estar e saúde mental através de histórias. Histórias que espelhem a realidade das crianças da Escola básica do pequeno bairro de Achada Grande Trás, na cidade da Praia.
“Agora, passarei a fazer a leitura de histórias com mais criatividade. Outra estratégia que irei pôr em prática é adaptar a história ao conteúdo que estamos a trabalhar na sala de aula é contar histórias que ilustram a realidade dos alunos, aspetos do seu dia-a-dia. Penso que, assim, haverá maior dinamismo e participação das crianças”, diz o professor Salvador Ortet que defende que é preciso que as histórias sejam contadas com arte
Por outro aldo, ele acredita que, com as histórias, os alunos com dificuldades na aprendizagem irão melhorar e ganhar gosto pela leitura.
“Há alunos com dificuldades em ler. Então, com essas ferramentas obtidas na formação, posso ajudá-las e fazer também com que ganhem gosto pela leitura”, entende que é importante que haja livros e que se façam atividades nas bibliotecas.
A professora Isabel Fonseca partilha da mesma opinião. Para ela, é importante que as histórias reflitam a realidade das crianças bem como evidenciem aspetos identitários
“As crianças ficam mais atentas às histórias. Elas entram na história, interagem mais e assim ficam com mais gosto para ler as historias”, explica a professora para quem a voz, os sons, a música e a expressão corporal soa elementos que ajudam as crianças a se interessarem pelas historias e aprenderem os valores que cada uma evidencia.
A professora Isabel acredita que as histórias são excelentes veículos de transmissão de valores formas de trabalhar temáticas importantes em sala de aula. Como são os casos da auto estima e da igualdade de género.
“Posso escolher uma história que leve as crianças a entenderem o significado das diferenças e da aceitação. Posso também escolher uma que mostre que meninas e meninos têm iguais direitos e deveres, como por exemplo, na partilha de tarefas em casa”.
Os dois professores fazem parte de um grupo de trinta beneficiários da segunda edição do projeto denominado “leituras inclusivas”, financiado pelo UNICEF e co organizado pelo Centro de Investigação em Género e Famíla da Universidade de Cabo Verde, a Cátedra Eugénio Tavares de Língua Portuguesa e o Centro de Língua Portuguesa da Praia do Camões Instituto da Cooperação e da Língua.
Este projeto foca nos ODS 3, 4 e 5 nomeadamente, Saude e bem estar, Educação de qualidade e Igualdade de género e tem foco em trabalhar com crianças como em idade escolar primária que vivem em áreas desfavorecidas, de famílias mais pobres. O projeto quer ajudar a colmatar lacunas de leitura com dinâmicas de grupo e orientadas para as questões de género, violência e gestão das emoções, e ainda capacitar professores e alunos na criação de clubes de leitura nas escolas do projeto