Ter uma creche era o próximo grande objetivo. Sabia que para prestar melhores cuidados às crianças, teria de estar habilitada. Dai que a formação de cuidadoras de Infância, promovida pelo Ministério da Família e da Inclusão Social, com apoio do UNICEF, foi uma grande oportunidade para aprender. Para a jovem, “foi o impulso para abrir a minha creche”.
Do sonho à realidade, a jovem de 21 anos, habilitada com o 11º ano e moradora no bairro da Bela Vista, Cidade da Praia, abriu o “Meu barquinho”, um jardim-creche que vinha acolhendo 12 crianças, mas que hoje são menos, devido aos impactos da pandemia da Covid19 nas famílias.
A maior parte das mães são chefes de família. Algumas, por falta de condições económicas, por terem perdido parte da renda com a pandemia, não têm como pagar as propinas, infelizmente.
Conta a jovem que, entretanto, não tem permitido que estas crianças fiquem sem frequentar a creche, acolhendo-as, enquanto espera por dias melhores. Uma das soluções, e pela qual, nesse momento, Silvania procura, é arranjar bolsas para as crianças ou padrinhos que assegurem o pagamento das propinas.
Mas até lá, e com esperança em dias melhores, Sandrinha como é conhecida, vai assegurando que o “Meu Barquinho” opere em condições de segurança e higiene.
“A pandemia trouxe desafios, mas sigo todas as regras básicas como o distanciamento, fazemos uma pequena triagem à entrada, medimos a temperatura e só depois a criança vai para a sala. Também na hora de dormir e de brincar asseguramos o distanciamento entre as crianças”, explica Silvânia que se diz muto feliz com o sonho realizado.
“Estou super feliz com as minhas crianças. Sou muito agradecida aos pais, que me deram confiança para que eu pudesse realizar meu sonho e assegurar meu futuro”.