Fazer face à Covid-19 junto com a comunidade local nos assentamentos informais
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ONU-Habitat se junta com membros dos assentamentos informais para discutir a melhor forma de articular uma resposta local à crise provocada pela pandemia
Os Fundos Geridos pela Comunidade foram formalmente lançados no dia 8 de Dezembro de 2020, com a chamada para a apresentação dos projectos pelos habitantes dos assentamento informais de Água Funda (Praia), Iraque (São Vicente) e Povoação Velha (Boa Vista).
Estes fundos (Community Managed Funds) são parte da estratégia do Programa Participativo para Melhoria dos Assentamentos Informais (PSUP), financiado pela União Europeia e implementado pelo ONU-Habitat, que busca a capacitação e integração da população na tomada de decisões e torná-la ativa na implementação de projetos de melhoria das condições de vida nos seus bairros, através de atividades geradoras de rendimento.
Em Cabo Verde esta iniciativa, está sendo implementada nas 3 comunidades acima mencionadas, com o apoio da MORABI e visa desenvolver/experimentar uma estratégia que depois poderá ser replicada em outros bairros do país, considerando o microcrédito como um instrumento de inclusão financeira da população de baixa renda.
Para o líder comunitário José Firmino, presidente da Associação Lém de Paz, da comunidade de Água Funda na cidade da Praia, “este projecto representa uma oportunidade para muitas famílias recomeçarem depois de terem perdido sua fonte de renda durante esta pandemia”.
Água Funda é uma comunidade muito carente, tem aproxiamadamente 300 famílias com cerca de 4 a 6 pessoas cada, e mais de 70% chefiadas por mulheres que se dedicam ao comércio informal. Alguns dos nossos jovens, chefes de família, se dedicam à pequena agricultura e podem reforçar sua atividade com o apoio deste fundo”, diz Firmino, animadamente ao se referir à iniciativa em curso.
A população de Àgua Funda, assim como Iraque e Povoação Velha, recebeu com entusiasmo e aderiu submetendo os seus pequenos projectos.
Só na primeira chamada cerca de 40 projectos foram já submetidos, diz o líder comunitário, “ajudamos as pessoas a preencherem os formulários, a organizarem os seus documentos, também com apoio da MORABI, e acreditamos que vamos ter bons resultados”.
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“Eu sei que nossa a Associação pode fazer muitos mais, estamos a procurar mais apoio, mais parcerias, sobretudo para promover formações para jovens, para que possam ter um trabalho e realizar seus desejos. Muitos jovens tem pedido isso e pedimos a ONU-Habitat para nos ajudar nesta ideia, porque só assim a nossa comunidade pode avançar, estamos com muitas ideias”, reforça.
No fim da conversa, José Firmino mostrava-se otimista quando à sustentabilidade dos Fundos Geridos pela Comunidade e acredita que os beneficiários vão cumprir as suas responsabilidades e que, ao fim dos 3 anos de assistência da MORABI, os membros da associação estarão em condições para dar seguimento na implementação dos fundos e que estes poderão ser um importante instrumento de transformação comunitária.
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(Texto ONU Habitat Cabo Verde)